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sábado, 30 de junho de 2012

Dicas para ensinar Palavras Mágicas

Dicas para ensinar palavras mágicas ajudam a criança a aprender palavras de boa educação de forma lúdica, ao mesmo tempo que compreende o seu significado.

Palavras Mágicas no Dia-a-dia

Use as situações do dia para ensinar à criança o correto uso de cada palavra. Por exemplo, de manhã ao deixar a criança no infantário diga “bom dia” e “boa tarde” quando for buscar o pão à padaria. Quando for ao supermercado diga “obrigado” e peça à criança para o repetir. Se acidentalmente chocar coma criança peça “desculpe” e incentive a criança a fazer o mesmo cada vez que magoa ou vai de encontro a alguém.

Palavras Mágicas em Casa

Nunca é demais repetir que é importante utilizar as palavras mágicas no quotidiano , especialmente em casa. Agradeça ao seu filho quando lhe entregar um objeto e ao pedir algo não se esqueça de dizer “por favor”.

Palavras Mágicas na Escola

Ser bem educado na sala de aula e utilizar a linguagem correta não é apenas um privilégio, mas um dever, pois este é um dos locais primordiais a nível educacional. Tratar cordialmente os professores, alunos e outros trabalhadores da escola é colocar em prática as palavras mágicas aprendidas no contexto familiar.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Compartilhando a postagem do Espaço Psicopedagógico Lápis de Cor

COMO LÁPIS DE COR. TODA CRIANÇA É ESPECIAL! TEXTO DE REFLEXÃO SOBRE INCLUSÃO
Em uma caixa de lápis de cor, havia lápis de muitas cores: branco, preto, verde, azul, amarelo, vermelho...

Eram todos diferentes em suas cores, mas todos eram lápis de cor. E começou uma discussão entre eles, para saber quem era o mais bonito.
Cada um tinha o seu motivo.
E o verde disse:
- Eu é que sou o mais bonito, pois sirvo para desenhar um lindo gramado em um grande painel, quem sabe até uma floresta inteira.
E o marrom respondeu:
- Grande coisa, sem mim você não desenha árvores, pois sou eu quem desenha os troncos.
Disse o lápis rosa:
- Você também precisa de mim para desenhar as flores. Lindas flores cor-de-rosa.
E o vermelho, todo orgulhoso, falou:
- Eu sou mais bonito, porque sou a cor do amor. Todos desenham lindos corações comigo.
E o azul:
- Ora, quem é capaz de desenhar o céu sem mim?
O amarelo também se achava o mais importante e falou:
- Não tem céu azul sem sol!
E cada lápis tinha seu motivo para se achar o mais bonito, e cismaram que o branco não tinha utilidade, pois, por mais que se esforçasse, não conseguia riscar o papel branco do caderno de desenho.
E começaram a discriminá-lo.
Todas as vezes que as crianças pegavam a caixa de lápis para desenhar, os lápis coloridos davam um jeitinho de afastar o lápis branco.
Desta forma, todos foram diminuindo de tamanho, porque eram muito apontados pelas crianças, menos o lápis branco, que permanecia novinho em folha.
Até que os lápis coloridos acabaram e seus toquinhos, que não davam mais para apontar, foram jogados no lixo.
Restou apenas o lápis branco, esquecido em um cantinho da caixa de lápis, desprezado, sem conseguir exercer a sua função de lápis de cor, mesmo sendo capaz.
Um dia, uma criança o encontrou e resolveu desenhar uma nuvem, uma nuvem branca, no céu azul! Pegou um papel azul e começou a pintar sua nuvem e seu desenho foi o mais bonito, pois, além da nuvem, viu que também podia desenhar a espuma das ondas do mar.
















E, assim, todos viram a importância do lápis branco, porque ele também era um lápis de cor e uma bela cor. Como Lápis de cor - Toda criança é especial.

TEXTO: VERA RIBEIRO GUEDES
ILUSTRAÇÕES: MARCELO MANHÃES

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Contos de Fada na Educação Infantil


Contos de fada – possível resolução para os conflitos infantis
Ao entrar em uma sala de aula com crianças de cinco anos, carregando um livro de contos de fadas, um professor carrega mais que um livro. Mais que um simples conto. Quando o professor é um bom contador de histórias, o olhar daquelas crianças fica fixo, mas a mente voa.
Como esses contos tornaram-se clássicos, se a narrativa acontece em palácios ou florestas e isso é tão distante da maioria das crianças, visto que não é comum encontrar palácios na cidade de São Paulo? E, apesar de existirem poucas florestas na nossa cidade, os jovens dão um jeito de se embrenhar em matas desconhecidas apesar do aviso de perigo dos pais.
Os contos trazem conflitos pertinentes à vivência humana que permeiam diversas gerações. Eles trabalham com o conteúdo humano, com aquilo que muitas vezes fica escondido como a rivalidade fraterna, sensações edípicas, desejar a “morte” do pai do mesmo sexo... Desta forma, o conto de fada irá mostrar às crianças, de uma maneira subjetiva e em alguns pontos objetivamente, que a vida trará algumas dificuldades. A luta e a descoberta não acontecem da noite para o dia. O herói ou a heroína passam por diversas provas e essas devem ser realizadas por eles mesmos: “A única forma de nos tornamos nós mesmos é através de nossas próprias realizações”. (Bettelheim, 1980:173).
A sociedade atual, globalizada, está cada vez mais tornando-se individualista e em busca de uma beleza externa perfeita, enquanto o mágico se esvai prematuramente.
Todos os dias há notícias de violência na televisão, seja filho matando os pais ou pais descontrolados espancando seus filhos.
Há também muitos programas que expõem a criança a uma sexualidade precoce. Seja programa infantil, novela ou “reality shows”. Uma reportagem da revista Educação, mostra-nos que os partos cresceram em 31% entre meninas de 10 a 14 anos – idade que a menina não tem maturidade psicológica, principalmente para criar um filho. As dúvidas e as angústias por que passam, crianças e jovens, são hoje respondidas de forma erotizada pelos meios de comunicação, especialmente a televisão. Sem contar o fácil acesso a sites da internet.
O resgate da magia da leitura dos contos de fadas não será a solução dos problemas mundiais, no entanto, como eles atuam também no inconsciente, podem ajudar muito a criança a eliminar/entender o(s) conflito(s) pelo qual está passando no momento que entra em contato com a leitura e/ou a escuta deles.
Existem diversas interpretações e análises para os contos de fada. É importante ressaltar que este artigo tem como respaldo a linha psicanalítica, levando em conta as teorias de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Além disso, a escolha dos contos de fadas para a leitura foi cuidadosa, no sentido de procurar as traduções mais próximas das edições originais.

“Não é surpreendente descobrir que a psicanálise confirma nosso reconhecimento do lugar importante que os contos de fadas populares alcançaram na vida mental de nossos filhos. Em algumas pessoas, a rememoração de seus contos de fadas favoritos ocupa o lugar das lembranças de sua própria infância; elas transformaram esses contos em lembranças encobridoras”. (Freud, 1913:355).

Os contos surgem a partir dos mitos e tradições orais, alguns datados do século II d.C.. Eles sofreram e sofrem modificações em sua estrutura, não apenas por razões externas, mas também por razões internas ao do próprio contador. Nas versões escritas por Perrault, por exemplo, ele acrescenta preceitos morais, já que esses contos eram usados para a diversão na corte de Versalhes.
Nos dias atuais, essas alterações também ocorrem acarretando muitas vezes uma modificação no enredo da história para parecer menos “chocante” aos olhos da sociedade. Os autores dessas mudanças acreditam que a perversidade existente nos contos podem influenciar as crianças de forma a estas tornarem-se “violentas”, no entanto, parece não querer ver que os conflitos existentes nos contos são os conflitos internos pelos quais as crianças passam.
As histórias dos contos de fadas, independente do local de origem, passam-se em lugar e épocas inexistentes (“país muito longe”, “numa floresta encantada”, “há muitos e muitos anos”...). Esta é uma das razões da fácil migração e entendimento em várias culturas e por várias idades, já que os contos tratam de conflitos que permeiam toda a base humana universal. Ou seja, os contos são atemporais, assim como o Id.
Os principais autores e adaptadores de contos de fada são Charles Perrault (França), Hans Christian Andersen (Dinamarca) e Jakob e Wilhelm Grimm (Alemanha) – estes últimos mais conhecidos como “Os irmãos Grimm”.
Mas, afinal, qual a relação entre contos de fadas e a subjetividade infantil? Quais os conteúdos presentes em um conto que possibilitam a uma criança elaborar seus conflitos? É impossível detalhar cada trecho e cada passagem de todos os contos, não apenas pelo número volumoso de contos, mas principalmente porque cada conto tem uma importância diferente para cada criança em períodos diferentes de sua vida.
Como se constitui um sujeito? Quais os conflitos que vive? Lacan, apropriando-se de Freud, nos oferece referenciais partindo do Estádio do Espelho. Este Estádio, descrito por Lacan, começa aproximadamente aos seis meses de idade. É através dele que a criança começa a conquistar sua imagem corporal, através do discurso e do desejo do outro (mãe).
De que forma os contos de fadas expressam esse momento e seus conflitos? Como ilustração podemos citar o conto: O patinho feio. Nesta história de Andersen, uma pata choca seus ovos e quando estes se quebram um sai diferente de todos os outros. Feio. Apesar de nadar muito bem, o patinho é desprezado pelos seus irmãos, pela comunidade dos patos e por sua mãe que diz: “Eu queria ver você bem longe daqui!” (Andersen, 1995:110).
O patinho começa a achar que ele é realmente muito feio, então foge. Durante sua viagem passa por dificuldades e seus infortúnios são responsabilizados pela sua feiúra. Até que em um momento, ele vê os cisnes e vai ao encontro desses, mesmo correndo o risco de levar bicadas. Chegando lá:
“(...) O pobrezinho abaixou a cabeça, olhando para a água, e esperou. Mas que foi que ele viu na água límpida? Por baixo de si, viu sua própria imagem; só que sua imagem não era mais de um desajeitado pássaro cinza-escuro, feio e repelente. Ele era um cisne!” (Andersen, 1995:118).
O patinho, na verdade um cisne, já havia nadado antes em outros lagos. Porém, olhava-se através do olhar do outro, assujeitado ao desejo e olhar do outro – principalmente daquela que exerce a função materna. Saindo para o mundo, crescendo, quando volta a olhar sua imagem ele já vê um lindo cisne branco e não apenas um pato cinza feio – saída dessa assujeitação. É nesse Estádio que a criança começa aos poucos perceber que seu corpo, até então sentido como fragmentado, é algo único. É através dessa experiência, com a mediação do outro-mãe (mãe, enquanto função materna), que a criança começa estruturar seu eu e a conquistar a sua imagem corporal.

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